segunda-feira, 25 de abril de 2011

Preconceito Linguístico?

Alguém ainda lembra dos seus tempos de escola, quando aquele colega que sempre que precisava ler alguma palavra com dois erres (rr) como, por exemplo, carroça, acabava pronunciando um belo caroça e toda a turma caía na gargalhada? Ou ainda aquele que veio lá do interior e era conhecido como caipira? Lembram?
Pois já naquele tempo, vocês, inocentes crianças, estavam cometendo preconceito linguístico.

No Brasil falamos português, isso todos sabemos. Mas por algum motivo, convencionou-se que o português falado deve ser o mesmo que o português escrito. Isso quer dizer que, ao longo dos anos, a gramática normativa e a língua foram tratadas como uma coisa só.
Ainda não ficou claro? Eu explico melhor: o português que a gente aprende na escola é chamado português padrão, cujas regras de composição são definidas pela gramática. Tudo certo até aí?

Pois bem, o fato é que a língua falada é muito mais viva e flexível do que as regras escritas naquele livrão grosso. Portanto, língua falada e língua escrita são coisas totalmente diferentes.
Contudo, no momento em que vemos uma luta imensa para abolir os mais diversos tipos de preconceito, aquele do tipo linguístico continua desconhecido fora dos círculos acadêmicos, e o que é pior, estimulado pelos meios de comunicação em massa, como rádio e TV.
Nessa série de artigos nos quais eu vou tentar desmistificar vários aspectos do português como língua falada, com objetivo de acabar com esse preconceito, vou me basear em dois livros excelentes do Marcos Bagno, um grande linguista brasileiro que trata do tema preconceito linguístico com uma naturalidade e objetividade muito boa.

São eles:
No primeiro deles, Bagno destaca 8 mitos do senso comum sobre a língua portuguesa. Através da exposição desses mitos, vou ajudar vocês a entenderem melhor as diferenças entre língua falada e língua escrita, para nunca mais ridicularizar alguém pelo seu jeito de falar.



Autor: André Gazola

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